segunda-feira, 14 de julho de 2014

O Barco da Minha Vida

Enquanto marinheiro do mar da vida, já tive muito do que me orgulhar... já fui o timoneiro de um veleiro jovem,  forte, bonito, bem acabado com finas velas, dotado de alguns refinados dons. No passado meu navio era capitaneado por Jesus Cristo, e com certeza passamos muitas coisas juntos.
Todavia em algum momento da jornada, percebi que o meu capitão havia sido convidado por mim a se retirar de meu barco. E não o fiz de forma consciente, isso aconteceu aos poucos.

A tentativa de achar que eu sabia o que era melhor, achar que teologia, religião, metas, alvos me deixaram mais próximo dEle... fui me enganando, me entorpecendo...
Comecei a almejar uma navegação mais venturosa, com mais paixão, mais vida, mais emoção... e foi me desviando da rota original para singrar águas misteriosas e inexploradas.
Quando percebi, meu barco já havia sido engolido por uma tormenta, que parecia vir de todas as direções, principalmente de baixo.
Ao invés de virar o leve imediatamente e retornar a rota segura, convicto e autoconfiante, agarrei-me ao leme de minha vida, e rangendo os dentes com os olhos flamejantes de fúria, me arremeti de vez para dentro da tempestade assoladora... Queria provar para mim mesmo que eu conseguiria, que eu seria capaz de manter o barco de minha vida a prumo sem adernar, pois agora eu era o capitão... 




A tempestade desabou sobre mim, dia após dia. 

Navegando, não vi mais a luz do Sol, nem o brilho das estrelas... o dia e a noite tornaram-se uma coisa só.
O som das poderosas vagas chocando-se contra o meu casco, que não era tão forte quanto eu pensava, a visão dos ventos rasgando minhas velas, e despedaçando os mastros, antenas, bandeiras.
O meu veleiro foi se despedaçando, e fui perdendo para as águas escuras os meus mais preciosos tesouros.
Diante de tamanho desespero, busquei auxílio em medicações que anestesiavam minha mente, ou em prazeres que anestesiavam minha alma e coração...
Mas tais atitudes não rendiam nenhum resultado positivo, antes pelo contrário, me fizeram sentir o mais agudo vazio.

Finalmente o casco de meu veleiro partiu-se sob meus pés,  e para não ser tragado com ele, tive que pular na água gelada, assistindo com o auxílio dos raios que cortavam a noite, aquele que fora um lindo e capaz veleiro estava aos pedaços.

Agarrei-me a um pedaço de madeira que flutuava ao meu lado... e achei que esse seria o fim... pois aquela boia improvisada foi tudo o que sobrou, e ali na revoltosa e escura água gelada, quando tempo mais eu poderia durar??

Silenciei, e minhas lembranças me levaram de volta a idos tempos, dias de sol, brisa suave, e embarcação intacta... fechei os meus olhos, e esperei o fim, embalado por essa lembrança.

Mas, ouvi um voz... e para minha surpresa e espanto, havia alguém em pé ali ao meu lado. Isso mesmo, em pé! E conhecedor das escrituras que sou, sabia que só havia uma pessoa capaz de caminhar sobre as águas.
Sim, era ELE, meu antigo capitão, que abandonei em algum porto desta vida... ali estava ELE! Não se importou com o vento, nem fez conta da chuva.
Perguntou-me se ainda o queria como capitão.
Ao que lhe respondi... Sim meu SENHOR, todavia, não existe mais o que capitanear, não há mais barco algum... tudo se perdeu. Existe apenas esse pedaço de madeira, em que me seguro.
E Cristo inclinando-se a mim, me disse: "Ainda que seja apenas um pedaço de madeira, oferece-o a mim, permita que eu seja seu capitão de novo" não importa a embarcação, mas sim seu capitão.

Quero declarar aqui, aos portos do mundo, aos poderes confederados do ar e do mar... que aceitei o convite de Jesus. Não tenho mais barco para convidá-lo a entrar, mas se Ele consente ser capitão deste pedaço de madeira, assim será!

Quando lhe disse que não havia mais barco para convidá-lo a entrar, ELE me respondeu, NÃO PRECISO DE BARCO, POIS ANDO SOBRE AS ÁGUAS! Mateus 14.

Quando pedi perdão por minha loucura e pelo que havia feito com minha vida e meu barco, ELE me disse: " Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro." Isaías 43:25

Quando lhe disse que estava cansado, e que não teria mais forças para me segurar sobre a madeira flutuante, ELE ME RESPONDEU: "Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça. Isaías 41:10

Quando eu disse que estava com medo da tempestade, ELE me prometeu que iria acalmar o vento, e fazer o mar se aquietar, pois sabia como fazer isso. Marcos 4:39

Prometeu-me ainda, enxugar minhas lágrimas, e conduzir minha vida ao seu porto de eterna paz, chamado Nova Jerusalém.

Enfim... DEUS É BOM! Posso até navegar sobre um pedaço de madeira, mas estou feliz e em paz, por saber que outra vez, eu tenho um CAPITÃO!

OBRIGADO SENHOR.

Juliano Cruz.